Olimpíada Nacional de Oceanografia – III ONO


A Oceanografia no Brasil é considerada uma ciência recente e que vem experimentando franca expansão. Apesar, de termos sido colonizados através da zona costeira, onde se estabeleceram os primeiros núcleos habitacionais, e ainda por ser nessa região que vive mais de 60% da população brasileira, o conhecimento dos ambientes marinhos e costeiros e seus recursos não vinha merecido a devida atenção por parte do Governo Brasileiro, nem mesmo pelas diferentes unidades da federação. Até meados dos anos 90 eram raras as Universidades brasileiras que vinham atuando nessa área de conhecimento de forma efetiva, as quais desconsideravam quase que por completo a formação de profissionais de nível superior para atuar nessa área. Até o ano de 1999 havia no Brasil somente 3 cursos de graduação em Oceanografia. Da mesma forma, atualmente, são poucas as instituições governamentais nacionais que vêm atuando de forma clara e permanente na exploração e proteção desse importante ecossistema. A mentalidade marítima, muito presente até mesmo nos dias de hoje nos países que colonizaram o Brasil (Portugal e Espanha), encontra-se ausente nos mais importantes segmentos da população nacional, inclusive, em importantes centros históricos e culturais do litoral brasileiro.
As escolas, tanto de ensino fundamental como médio, não trabalham o tema “oceanografia” em seus planos curriculares, apenas tópicos pincelados de matérias clássicas da educação, em atendimento aos Planos Curriculares Nacionais - PCNs/MEC. Apesar da importância que o mar tem para um país, como o Brasil que detém uma das mais extensas costas e maiores áreas em mar territorial, detentor de uma imensidade de riquezas naturais, sua população não tem acesso nem é incentivada a conhecê-lo.
Por outro lado, por parte da formação e atuação profissional, a Oceanografia vem experimentando uma rápida e merecida valorização, como pode ser avaliado pela implantação de novos cursos de graduação, que aumentaram de três para treze, num período de somente doze (12) anos. No âmbito governamental, importantes ações conquistaram a incorporação da Zona Econômica Exclusiva - ZEE ao mar territorial brasileiro nesta última década, além de mais de 2/3 da Plataforma Estendida pleiteada na ocasião junto à ONO, área em que o Brasil tem o potencial de explorar importantes recursos vivos e não vivos. Prova disso é a criação por parte do Governo Federal doa Ministério da Pesca e Aquicultura (antes Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca), bem como a abertura da exploração de petróleo e gás natural no mar brasileiro à iniciativa privada.
Existe ainda uma grande lacuna, no ensino básico e na educação informal do povo brasileiro, principalmente a parcela que vive em zonas litorâneas e muitas vezes se sustenta com atividades voltadas ao mar. Neste sentido apresenta-se a proposta de continuidade Olimpíada Nacional de Oceanografia – III ONO, timidamente implantada em 2006 e com consideráveis melhorias e grande aumento de público em 2008 e que, acreditamos, possa suprir algumas demandas históricas apresentadas por esta importante área de conhecimento. Acredita-se que o rápido crescimento que a Oceanografia vem presenciando, especialmente na última década, possa ser acelerado com o estabelecimento de um importante instrumento e/ou estratégia que visa ampliar o conhecimento e inserção do mar brasileiro ao cotidiano nacional, especialmente junto ao público jovem que num futuro próximo será o responsável e gestor deste imenso patrimônio Nacional.
Nesta edição da ONO de âmbito Nacional, espera-se contar com a participação muito maior de escolas e alunos, obtendo-se o envolvimento próximo a 10.000 alunos do ensino fundamental 8o. e 9º. anos (7a e 8 a séries) e médio de todo o Brasil, o que deverá promover uma considerável socialização do conhecimento do mar brasileiro nas cidades especialmente litorâneas.

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