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Na viagem aos EUA em abril, Dilma quer facilitar o envio de brasileiros para universidade


POR ROZANE MONTEIRO
Rio -  Quando estiver em visita oficial aos Estados Unidos, em abril, a presidenta Dilma Rousseff pretende visitar o campus da Universidade Harvard, a mais antiga instituição de ensino superior do país. Fundada em 1636 no estado de Massachusetts, a universidade é o sonho de consumo de qualquer ser humano que tem vocação acadêmica. E o que Dilma vai buscar lá é justamente uma forma de facilitar a entrada de brasileiros que vão estudar com bolsa do governo federal.

Hoje, há 80 estudantes brasileiros frequentando Harvard em tempo integral — somos o 12º em número de alunos num ranking de 135 países. Mas nenhum deles foi com recursos do recém-lançado ‘Ciências Sem Fronteiras’, programa do governo federal de concessão de bolsas para brasileiros estudarem em instituições fora do País. Desde o seu lançamento, ano passado, o ‘Ciências Sem Fronteiras’ já mantém nos EUA 536 estudantes, espalhados por todo o território americano. Nenhum deles está em Harvard. Dilma quer mudar isso, e a expectativa é que traga novidades de seu encontro com quem manda em Harvard, que é, aliás, outra presidenta, Drew Faust.
Os brasileiros que hoje estão em Harvard foram por conta própria ou com bolsas de institutos privados que têm programas exclusivos para cursos fora do Brasil. Um ano de mensalidade, taxas, alimentação, hospedagem e seguro de saúde, com as passagens incluídas, fica em torno de US$ 60 mil (pouco mais de R$ 100 mil).

‘Quero aproveitar o máximo’

O gaúcho Vitelio Brustolin, 31 anos, é escritor, jornalista e advogado. Doutorando em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento na UFRJ, foi aceito em Harvard para um ano como “Visiting PhD Student” (em tradução livre: “estudante visitante de PhD”). Vai com a noiva, e o plano é se dedicar à pesquisa sobre Políticas Públicas Comparadas. Brustolin tem como principal objetivo nos EUA aprofundar seu conhecimento na forma como o país desenvolveu, desde a Guerra Fria, a partir das necessidades de defesa, a tecnologia que hoje já saiu do cenário militar — o avião a jato e a Internet, por exemplo. Brustolin quer, na volta, ajudar o Brasil a seguir no mesmo caminho, mesmo sem um histórico de guerras. “Eu quero aproveitar o máximo, abrir o máximo de portas possível”, diz o jornalista, que já analisa propostas de trabalho para quando terminar o doutorado. Brustolin vai com bolsa do governo federal, mas não do programa ‘Ciências Sem Fronteiras’.

‘Resolvi tentar colaborar’

O também gaúcho Vinicius Licks, 35 anos, é engenheiro elétrico. Professor da PUC-RS, ele conclui em maio mestrado em Administração Pública. Vinicius foi aceito em um dos programas destinados a quem está no que Harvard chama de “mid career” — com mais de 10 anos de experiência em sua área. O objetivo principal de Vinicius é, na volta, influenciar, ainda que da Academia, no debate que possa levar ao desenvolvimento de políticas públicas no Brasil. Uma das fontes de recursos para custear o mestrado de Vinicius é um fundo que Harvard tem para estudantes brasileiros, mantido por doações do empresário Jorge Paulo Lemann, um ex-aluno bilionário e grato por tudo que a universidade fez por sua formação. “A escolha por estudar Administração Pública diz respeito à dificuldade que o Brasil está enfrentando nesta área. Resolvi tentar colaborar”, diz Vinicius, que também foi com a noiva e, depois do curso, vai voltar para a PUC.

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